quinta-feira, 16 de maio de 2013

“A Dança da Morte” (The Stand) - Stephen King


“A Dança da Morte” (The Stand)







Em “The Stand” (A dança da morte, no Brasil) uma poderosa arma biológica é acidentalmente libertada de uma base secreta nos Estados Unidos, um vírus extremamente mortal que acaba por dizimar quase toda a população da terra, excetuando uma pequena parcela resistente a ele. Logo os sobreviventes se veem divididos e são obrigados a optar entre uma bondosa senhora de idade chamada Mãe Abigail ou um ser misterioso chamado Randall Flagg, cuja primeira atitude no momento de crise é recrutar a escoria da sociedade sobrevivente para formar o seu “batalhão”, tencionando conquistar, com eles, o que restou da civilização moderna pós apocalíptica.

“A dança da morte” é considerado por muitos (e aqui incluímos tanto os fãs quanto a crítica especializada) como o melhor livro de Stephen King. É uma história e tanto sobre o fim do mundo e sobre como os sobreviventes foram afetados por ele. Elementos sobrenaturais e o terror que caracterizaram King como um dos maiores neste tipo de narrativa estão lá, fato que, por sí só, já é ponto garantido para o autor. Porém, como é costume do próprio King, esses elementos nada mais são do que o pano de fundo para um emaranhado de histórias maiores (literalmente, já que o romance tem quase mil páginas na versão em português).

A primeira parte do romance narra os acontecimentos ocorridos nos primeiros dezenove dias (quem já leu a saga “A torre negra” sabe que o dezenove é um numero cabalístico bastante importante nas obras do mestre) após a infecção pelo vírus mortal apelidado de “capitão viajante” e fala basicamente sobre a ruina da sociedade moderna, que logo na segunda parte do romance se vê dividida, tendo que escolher entre o lado do bem, representando no romance pela bondosa senhora de idade apelidada de Mãe Abigail, ou pelo lado do mal, representado pelo misterioso Randall Flagg (outra menção a série a torre negra, já que Randall Flagg é um dos principais vilões da série). Entre os que tem que optar por um lado estão, por exemplo, uma colegial grávida chamada Frances Goldsmith, Stuart Redman, um trabalhador de fábricas desempregado do Texas, Larry Underwood, um músico pop insatisfeito que torrou o seu dinheiro com festas regadas a muita bebida, sexo e rock and roll, e Nick Andros, um surdo mudo que, apesar de suas limitações vocálicas será uma das peças principais para o desenlace da trama.

Estes sobreviventes, mais uma infinidade de outros, são levados por uma mulher misteriosa que aparece chamando-os em seus sonhos até a cidade de Boulder, no Colorado, onde conhecem Abigal Freemantle, uma senhora de idade (a mesma dos sonhos) com poderes psíquicos semelhantes ao “toque” de Alain em A torre negra, que passa a agir como líder religiosa do grupo. Do outro lado um grupo de criminosos, que incluem um ladrão de bens públicos, um incendiário e um chefe do departamento de policia de Santa Mônica, são reunidos pelo maligno Randall Flagg em Las Vegas, Nevada, onde Flagg mantém seu reinado tirano sobre eles, ao passo em que tenta guia-los para a conquista do que sobrou do mundo após a super gripe. Logo os dois grupos tomam consciência dos seus devidos papeis na história de definirá o destino do mundo e partem para um embate de vida ou morte.

Devido ao fato de ser um livro grande, existem momentos altos e baixos. A primeira parte, em especial, que narra os primeiros momentos da população após a infecção pelo “Capitão Viajante” é, na minha opinião, um dos melhores trechos de livros do mestre. Na segunda parte a ação decai um pouco, dando lugar aos problemas pessoais de cada personagem, mas quem gosta de uma narrativa um pouco mais elaborada com certeza irá gostar de conhecer os personagens mais a fundo. Na terceira parte a ação volta a dar as caras, com um desfecho digno de uma super produção de Hollywood.

Apesar do tamanho, ao terminar de ler A Dança da Morte o leitor fica com a sensação de que a história se passou rápido demais. Os personagens são tão verossímeis, com seus problemas e limitações, que quando algo de ruim acontece com algum deles você se sente culpado (e com uma ligeira vontade de socar o escritor ou de obriga-lo a reescrever o final do personagem como a fã obcecada em “Misery”).

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